AmoUmMauricio: junho 2011

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Agosto: Mês de aniversário do FC; ah também é mês dos Pais.

O dia dos Pais (texto do livro: E se o Stand Up virasse Livro? - Maurício Meirelles)

"Já reparou que a gente nunca lembra quando ele está chegando? Quando olho no calendário, faltam no máximo cinco dias e eu não comprei nada. Daí, no desespero, compra-se o que? CD coletânea.O que é péssimo também porque a maioria dos artistas da coletânea já parou faz tempo. Ou seja, daqui a pouco tô dando coletânea repetida.

A questão é que, de todas as comemorações, a do Dia dos Pais é a mais tímida. Dá impressão que foi criada por obrigação, tanto que ela foi colocada justo em agosto, semanas depois das férias escolares acabarem. Qual moleque de 13 anos vai pensar:

"Torro meu dinheiro agora nas únicas férias do ano ou guardo um pouquinho para comprar o CD coletânea de Dia dos Pais?"

Fora que é uma data sem nenhum prestígio comercial! Na Páscoa, você vê coelhinhos da Páscoa por todos os cantos. No Dia das Mães as vitrines dos shoppings são decoradas de rosa, sempre com lindas mensagens. Dia dos Namorados, tudo é um coração, pombinhos... E o Dia dos Pais? Quase nada te dá pistas de que ele está chegando.

O máximo que faz a gente perceber o Dia dos Pais são as propagandas. Detalhe: 90% de celular. Queria entender qual a relação "Dê um presente para o seu pai = Dê um celular".

Acho essa a propaganda mais contraditória que existe. Porque, teoricamente, ano passado eu já tinha comprado um celular da marca para o meu pai. Daí eles sugerem no ano seguinte que eu compre outro celular? Não dá a impressão de que o celular é descartável?

"_ Ano passado você comprou o modelo Z500?

Baboseira. Seu pai vai te odiar se você não comprar o Z800.

O Z500 é uma bosta. Celular de tiozinho. Seu pai é tiozinho?

Então compra o Z800."

E outra: por que só anunciar celular e planos de celular? Meu pai só precisa disso no mundo? Meu pai, por acaso, não lê livros, não calça sapatos, não veste roupa? Legal essa visão que a indústria da propaganda tem a respeito do meu pai: um índio que adora bluetooth.

Pior: pensa num filho adolescente. Um celular é o pior presente que ele poderia dar para o pai. Afinal, seria a melhor forma de ser controlado e encontrado o tempo todo. É quase como dar um radar de noitada. A única vantagem é que, se ele for preso, já sabe quem procurar.

E ainda dão 500 minutos grátis para o pai conversar com o filho. 500 minutos de celular? Essas famílias não se encontram? Não jantam nunca? Enfim, aí vem a questão: se o pai é tão ausente a ponto de nunca poder conversar com um filho, será mesmo que ele merece receber um presente? No máximo, uma camisinha pra nunca mais fazer filho.

Gostou do texto? Esse é apenas um dos muitos que você poderá ler no livro: E se o Stand Up Virasse Livro? - Maurício Meirelles. No mês de aniversário do FC estaremos sorteando um livro para nossos seguidores e mais algumas surpresas... então fiquem atentos ao nosso twitter e também as postagens aqui do Blog.

Aguardem! Beijos! =)