Perguntas e Respostas

Pessoal sempre me pergunta porque não entrevisto o Maurício
Meirelles... creio que já sei o que um fã gostaria de saber, mas,
fiz uma coletânea com perguntas respondidas por ele, e agora
vocês podem conferir aqui, são 87 perguntas por isso,
divirtam-se! =)



1- Você formado em Publicidade,chegou a trabalhar na área e depois largou,hoje a publicidade ajuda você em algo no ramo humorístico?Como? 
MM: A publicidade me ajudou na agilidade de pensamento. Quando você trabalha em uma agência passa poucas horas focado pensando em 10, 20, 50 idéias para um mesmo produto. Além disso, a publicidade também me ajudou a engordar bastante. 

2- Na Bio do seu twitter diz : "Criador de tags engraçadas e só.Buscando a 6 TT pro currículo.Sou um merda?".A Tag mais conhecida e que fez sucesso no twitter foi #SouPolemico,você se considera uma pessoa polêmica?Como teve a idéa de cria-la?Alguma situação em especial? 
MM: Não me considero polêmico só pra ser polênico. :) Na verdade criei a tag pra brincar mesmo. Quis fazer uma sátira com aquelas pessoas que vão no Superpop e se dizem polêmicas pelos motivos mais bobos. Acho que as pessoas se identificaram com isso. 

3- O que te irrita,te tira do sério?  
MM: Falta de tempo + Trânsito Juntos. 

4- Como surgiu o convite pra ser roteirista do Programa Legendários? 
MM: O Mion tava montando a equipe dele, pediu sugestões para o Danilo Gentili. Ele indicou quase a equipe inteira de roteiristas. O Mion viu nossas apresentações e pensou: "nossa, que bosta. é isso que a gente precisa".Daí contratou. 

5- Mauricio o que você achou de Belém e da apresentação com o Gupo de Satnd-up Em Pé na Rede? Pretende voltar? 
MM: Sensacional, principalmente pelo Tacacá. Eu adorei o Tacacá. Devo voltar em breve só por causa dele. E pelo açaí de vocês, que é de verdade. Tá bom, tá bom...tem também  a aparelhagem. Belém é demais.

6- O Que é ser um Legendário pra você? Você se considera um?
MM: É uma pressão do cacete. É tentar fazer humor pro povão num horário que não estamos acostumados. É um grande aprendizado. 
7-  cogitou a idéia de ter um programa relacionado ao stand-up ou até mesmo inserir o gênero no programa Legendários?  
MM: Pro Legendários acho difícil no momento, pois o programa vai de encontro a massa. E o  stand up ainda está muito restrito para um publico elitista. Acho que um programa desse tipo funcionaria melhor em TV fechadas ou lugares que não estejam visando apenas uma grande audiência. 

8-  Seu trabalho principalmente o humor influencia em sua vida pessoal (relacionamento/amigos/família)?
MM: Com certeza. Aliás, acredito que na de todos. Não dá para você ser uma pessoa feliz trabalhando com algo que não gosta. Isso se tranfere totalmente pra vida. Quanto ao humor, eu diria que sou menos engraçado e mais irônico, seja com trabalho, seja com amigos/pessoas. 

9- Mau,seu livro teve a repercussão que você esperava?Pensa em escrever outro?  
MM: Teve sim: não vender nada. Brincadeira. Vendeu bem. Estamos em breve indo para a segunda edição. Pensar em escrever outro? Com certeza. Escrever outro? Dificilmente no momento. Tem muita coisa rolando agora. 
10- Agora DIVULGUE o seu HUMOR! 
MM: Quer me conhecer melhor? Tem um site muito bom: www.google.com  você digita Maurício Meirelles. Se preferir, digite Ninfetas Safadas. É melhor.


Perguntas respondidas no Bate Papo Uol:

 

 11- Como é escrever o roteiro do legendários? Qual é sua rotina de trabalho?
MM: É uma experiência bacana, mas diferente do que tô acostumado como Stand Up. Uma coisa é escrever aquilo que você quer, outra é o que TV Aberta quer. Minha rotina de trabalho geralmente é acordar e fugir do trabalho.

12- Como você se prepara antes de uma apresentação?
MM: Depende da apresentação. Quando tô testando material novo, geralmente dou uma estudada rápida. Mas o ideal é dar uma relaxada, pra ficar ainda mais natural. Contratar strippers também é uma tática eficaz.

13- Como é fazer humor? É difícil?
MM: Não é não. Difícil é ser médico. Ser idiota é mais tranquilo. Mas óbvio que rola alguns obstáculos: critério, bom senso, agradar pessoas....e principalmente, criar sempre algo novo.

14- O que você faz quando ninguém ri da sua piada? 
MM: O que eu faço quando ninguém ri das minhas piadas? Pego o meu dinheiro de volta.

15- É muito difícil ser engraçado o tempo todo? Sei que as pessoas geralmente exigem isso de você, como você encara? 
MM: Eu encaro isso na boa...Dependendo da situação, é lógico. Só não peça isso durante sexo, essas coisas. Porque já tiro risada naturalmente.

16- Você sempre está de bom humor?
MM: Sempre não. Mas é do seu mal humor que gera o bom humor. Como o estilo do meu show é uma crítica, eu preciso passar por muito mal humor para tentar achar graça de alguma coisa.

 17- Foi muito difícil escolher os textos para colocar no livro?
MM: Durante algum tempo eu fui colunista semanal de humor em um portal. Lá eu escrevi quase 80 textos. Pro livro, resolvi fazer no formato STAND UP. Ou seja, um grande texto com seus temas linkados. A escolha foram os textos que fizessem sentindo com essa trajetória. Os que não entraram podem entrar em outro projeto, quem sabe...

18- De onde vem sua inspiração?
MM: A minha inspiração vem de tudo que pode render uma piada. Ou seja, tudo. Sem exceção.

19- Qual um tema que você nunca usaria para fazer uma piada?
MM: Não existe tema pra ser evitado. Se a piada for boa e não desagradar, tudo vale. ;)

20- Com tanto alarde da mídia sobre a questão da sem censura do humor, qual sua posição a respeito disso? Até que ponto o humor pode chegar(se é que existe um limite).. E o que você acha sobre a proibição de "piadas" com os candidatos à política?
MM: Acho ridícula a proibição. Humor é crítica. Combater a crítica é censurar uma opinião. O humor nunca poderia ser censurado por este motivo.

21- Acabei de ler o seu livro ontem, e adorei! Você pretende fazer outros?
MM: Pretendo escrever outro livro sim. Este primeiro deu bastante resultado positivo e me empolgou pra escrever outro. Só que vou contar um segredo: este que vc leu, na verdade é meu Volume 2. O volume 1 ainda vou escrever. Afinal, sempre o Volume 1 é o melhor de todos.

22- O que podemos esperar do seu livro "E se o standup virasse livro..." ?
MM: Podem esperar um show de comédia impresso com o ritmo do Stand Up, com vários temas comentados na sequência. Se isso não convence, tem o prefácio coletivo do Marcelo Adnet, Marco Luque, Marcos Mion, Oscar Filho, Marcelo Mansfield, Diogo Portugal e Nanny People.

23- Quais humoristas da atualidade você mais gosta?
MM: Humoristas da atualidade que mais gosto? No momento, o pessoal que escreveu o prefácio do meu livro. Rsrsr

24- O que é o Danilo Gentili pra você?
MM: O Danilo é um cara que sou muito grato, pois me ajudou bastante com indicações, conselhos, etc. Talvez não estaria aqui sem a ajuda dele.

 25- Sinto falta de seus textos no blog, não utilizará mais ele?
MM: Por conta do livro, Legendários e shows, eu dei um tempo nos textos do blog. Juro que agora vou começar a escrever mais e... Tá bom, confesso. é mentira. Eu tô viciado no Twitter e parei de escrever no blog. Droga!

 26- Dentro do cenário atual, você considera q o humor tem cumprido seu papel crítico ou ainda vamos sentir falta de do melhor Chico Anísio e Jô Soares?
MM: O humor tenta cumprir este papel crítico, as vezes sem sucesso, muitas vezes com. Acredito estarmos vivendo uma das melhores épocas do humor nacional, com uma renovação de artistas de qualidade. Prometo que em breve estragarei isso tudo.

27- Mauricio o que precisa pra ser um comediante stand-up?
MM: O mais importante, na minha opinião, é ter um bom texto, que faça a pessoa rir a cada 20 segundos. Isso é o principal. Cara-de-pau ajuda, descontração ajuda, cachaça ajuda, embora faça mal.

28- Mau qual foi a dificuldade em fazer um livro cujo tema é stand up comedy? Você pensa em lançar um DVD com suas performances no palco? (Incluindo quando não dão risada do seu texto)? 
MM: Ainda é cedo pra lançar um DVD. Quem sabe um dia quando alguém souber quem eu sou, né? Essa é a vantagem do livro. Quem tá ali são os meus textos, e não a minha persona. Quanto a dificuldade, eu diria que foi tentar inovar no estilo. Muitas editoras acharam o projeto ousado, mas a Ediouro não só comprou a ideia, como deu sugestão e comprou a briga. Virou um filho nosso.

29- Qual o melhor de ser um comediante stand up?
MM: O melhor de ser um bom comediante de Stand Up é poder viajar pelo Brasil inteiro, fazendo as pessoas rirem, ganhar se divertindo e ter mulheres maravilhosas falando que ama o seu trabalho. Um dia eu chego lá.

30- Mau, muitos que te conhecem dizem que você é um dos comediantes mais "gente boa", o que você acha que é o seu diferencial no relacionamento inter-pessoal com fãs, e o que você diz ser seu "carro chefe" no stand-up?
MM: É fácil ser gente boa quando você só tem 5 fãs. ;)....O meu carro chefe acho que é meu texto mesmo. Sou perfeccionista pra deixar ele divertido e tentar fazer alguma diferença no meio de tanta gente boa.

31- Qual é o seu maior sonho ? 
MM: Meu maior sonho é não chegar aos 40 anos, vendendo miçanga hippie. Acho que é isso. Se isso não rolar, serei um cara muito feliz.

32- Qual foi o pior sufoco que você passou em um show?
MM: Com certeza o pior sufoco foi meu primeiro evento corporativo. Eventos em geral, quando vc é inexperiente, é algo constrangedor. As pessoas não estão lá pra te assistir e querem logo que acabe a sua vez para comer Pudim. O meu primeiro foi para uma empresa grande. Fiz durante o jantar. Não tinha nem 5 meses de experiência. Fiquei 10 minutos no palco e saí dali pensando em maneiras de enfiar um saco plástico na cara. Que bom que depois eu aprendi a fazer eventos. É uma outra linguagem.

 33- Você acha que alguém no Twitter  tem tweets melhores que o seus?
MM: Aproveito e passo meu twitter aqui: @MAUMEIRELLES. Sigam, só pra saber se estavam prestando atenção. E claro que tem muita gente twittando melhor que eu. Eu não sou tão desocupado assim.

34- Escrever um livro não é uma tarefa muito fácil. Em algum momento você pensou em desistir da idéia? E agora depois de pronto, qual sua expectativa? Que público você espera atingir? 
MM: O ato de escrever o livro nunca foi difícil, pra pensar em desistir. Eu comprei o projeto desde o inicio e me dediquei. Complicado foi achar Editora afim de bancar. Minha expectativa é vender bastante e comprar uma Ferrari, por isso o público varia de 10 a 90 anos. De preferência, alfabetizados.


35- Quando começou trabalhar com humor? 
MM: Desde que nasci eu uso humor em tudo. Trabalhar e ganhar dinheiro somente com isso, a partir de 2008. 

36- Você tinha um emprego bom antes de se tornar humorista, como sua família encarou essa sua decisão pelo humor? 
MM: O humor também é um ótimo emprego. Diria que usa mais responsa que outros empregos, afinal depende de você crescer. Quer ganhar mais? Dedica-se mais. Não existe a zona de conforto. Antes eu trabalhei em agencias de publicidade durante quase 7 anos. Minha família sempre me apoiou em todas minhas decisões. exceto torcer pro Botafogo. 

37- Alguma vez você já se arrependeu de ter se tornado humorista?
MM: Nunca. 

38- Como é subir em um palco, você sente algum frio na barriga ou é normal? 
MM: Com o tamanho da minha barriga, se eu fosse sentir frio eu congelava. Já me acostumei a encarar o palco. Rola frio quando estou em situações diferentes, em lugares que não imagino a reação da plateia, é como na Virada Cultural onde fiz para mais de 12 mil pessoas.

39- Sua vida pessoal mudou muito com isso? O humor afetou alguma relação pessoal, como namoro... amizade? 
MM: Pros meus amigos, eu não sou o Mauricio Meirelles do stand up. Longe disso. Sou o mesmo idiota de quando me conheceram há 10 anos. O problema é só o tempo, que anda cada dia mais escasso, tanto pra mim quanto para eles. 

40- Qual foi o momento que você percebeu que estava se tornando conhecido? 
MM: No dia que meu porteiro me cumprimentar com carinho, eu vou perceber que me tornei conhecido. Como até hoje ele me trata mal, deduzo que tô longe de ser alguém conhecido. 

41- Alguma vez já foi vaiado? Como foi? Se não, qual seria sua reação? 
MM: Vaiado não. Mas se acontecesse algo, com certeza a minha reação teria a ver com piada sobre o fato.

42- Você já se realizou profissionalmente? Se não, o que esta faltando?
MM: Falta muita coisa. O que é ótimo para sempre descobrir coisas novas. Tô no comecinho ainda, embora me sinta uma pessoa muito realizada e grata por tudo que tá acontecendo. 

43- Você escreveu um livro "E Se o Stand UP virasse Livro?", como foi esse trabalho? Pretende escrever mais? 
MM: Eu tinha vários textos engavetados de um antigo blog. Como eu nunca ia usar no palco, resolvi juntar e compilar num livro com uma linguagem mais stand-up. A ideia é escrever mais, sim. Mas em outros formatos. 

44- Já pensou em lançar um DVD de Stand UP?
MM: Por enquanto não. Ia vender só uns 7. Com o tempo, provavelmente vai rolar. 

45- Você é redator do programa Legendários, já pensou em colocar um quadro de Stand Up no programa? 
MM: Já sugerimos isso no começo. Mas o programa tomou outra proporção. Acho que não encaixaria atualmente. 

46- Como é trabalhar no Legendários? Você acha que o programa tá bom ou pode melhorar?
MM: O programa trabalha num horario, publico e objetivo complicado, que é alcançar uma boa mídia semanal num sábado a noite. Segundo a mídia de Ibope, o programa tá rolando bem. Mas é óbvio que tem muita coisa que eu adoro e muita coisa que eu não gosto, como qualquer trabalho. Quanto a trabalhar lá, acho o máximo principalmente pela experiência. 

47- Você tem muitos fãs... como encara isso? Gosta do assédio? 
MM: Eu tenho quase 10 fã-clubes. Se somar todos eu tenho 4 fãs. Não sei qual matemática é essa, mas tenho mais fã-clubes que fãs. Eu de verdade não conheço o assédio de fã. Rola mais uma admiração pelo meu trabalho. Fora que eu sempre fico brother de fã. Não tenho essa relação de ídolo.

48- Você tem vários Fã-Clubes também, sigo 5 deles. Me fale, o que você acha disso? 
MM: Foi que nem disse antes. Acho que podiam se juntar e formar um fã clube com 7 pessoas. rs. Fora isso, adoro ter Fã Clube. Muitos me ajudam bastante, organizando minha agenda, divulgando material e coisas que não faço por ser muito distraído e desencanado. 

49- Você conhece todas essas pessoas que fazem Fã Clubes para você?
MM: Pessoalmente, nem todas. Mas já me comuniquei com a grande maioria. 

50- Alguma fã já teve alguma reação inesperada ao te conhecer? Me conte como foi? 
MM: Já ganhei muito chocolate. Acho inesperado, já que to muito gordo e eu esperava ganhar salada.

51- Você tem alguma tática pra saber se um texto dará certo?
MM: Testar no twitter, testar na mesa de bar, testar no blog, testar com a mãe. Testar.

52- Você já escreveu textos pra outros humoristas? 
MM: Já. Muitas vezes. No youtube tem um projeto com o Oscar Filho entitulado JOHNNY VAI FUNDO pra Jontex. Os textos são meus. A nova peça do Marco Luque, Labutaria, tem o meu roteiro. Por ai vai... 

53- Qual foi o momento no Stand Up mais especial de sua vida? 
MM: Virada Cultural ao fazer um show para 12 mil pessoas. Inesquecivel mesmo. 

54- Uma palinha? 
MM: Claro. Tá cheio delas no youtube. Só digitar Mauricio Meirelles. ;) 

55- Deixe uma mensagem para seus fãs:
MM: Oi fãs. Me comprem presentes a partir de mil reais? 

Beníssimo: 


56-  O que você mais gosta na sua profissão?
MM: Viajar o país todo, conhecer muita, mas muita gente bacana, fazer as pessoas darem risada e ainda sim ganhar bem por isso. 


57- O que lhe dá sorte? 
MM: Trabalho e dedicação.


58- O que lhe dá vergonha? 
MM: Que eu saiba, eu não tenho vergonha de fazer nada. Em contrapartida, ver alguém errando e mesmo assim insistindo no erro até o fim gera a famosa Vergonha Alheia.
  
59- Uma frase que te inspira?
MM: "A vida é aquilo que acontece enquanto você fica planejando o futuro"  -John Lennon
  
60- Uma paixão:
MM: Comédia.


61- Um sonho que ainda não realizou:
MM: Escrever e participar de um longa de sucesso.


62- Ítem que você não abre mão:
MM: Chave de casa. Senão eu durmo na rua.


63- Para você, felicidade é:
MM: Fazer aquilo que você gosta. Compensa até trabalhar durante o feriado.


64- O que você não suporta na humanidade?
MM: Hipocrisia. Geralmente quem julga muito acaba se tornando um grande hipocrita.


65- Você passa longe de:
MM: Fogo. Porque se eu passo perto eu morro queimado.


66- A cidade de SP para você significa: 
MM: Oportunidades que justificam você passar 36 horas preso num trânsito infernal respirando poluição.


67- Mauricio Meirelles, por Mauricio Meirelles:
MM: Um cara que nunca imaginou responder essa pergunta pois só gente famosa que responde. 


68- Por que um Livro de Stand Up Comedy? Como surgiu a idéia do livro?
MM: Eu sempre escrevi muitas crônicas. Durante 1 ano fui colunista semanal do IG. Muitos textos eu não usei no palco e não queria jogar fora. Aproveitei o mote do Stand Up e resolvi fazer um Show Impresso, com crônicas linkadas, conforme fazemos no formato. São quase 60 crônicas exclusivas.


69- De onde sai a inspiração para o seu show?
MM: Totalmente do dia a dia. Quanto mais momentos e sensações diferentes eu presenciar, mais inspiração para piadas eu terei.


70- O que você considera uma boa platéia?
MM: Todas são plateias iguais. O termometro é o bom humorista. O que facilita o processo é a estrutura adequada: luz, som, palco, etc....


71- Como nasceu o "Mauricio Meireles" stand up man?
MM: Nasceu da frustração da publicidade, um mercado maravilhoso de gente muito talentosa, mas que é pessimamente aproveitado. Foi o famoso Plano B. Escrevia minha cronicas e elas deram certo. As coisas foram acontecendo passo a passo depois.



72- Você é roteirista do “Legendários”, programa da Record. Qual a diferença entre um roteiro ficcional e um não-ficcional?
MM: Todo roteiro é tanto não-ficcional quanto ficcional. Toda sua vivência, o não-ficcional, serve de base pra você criar sua ficção. Se você conhece a vida de um garçom, saberá muito bem como é a fala dele. O mesmo com a história de um pai de família, você conhece seu pai, você consegue passar isso para o ficcional.

73- O fato de você ser roteirista de um programa que é transmitido em rede nacional contribuiu para o seu sucesso no stand-up, ou foi o inverso, o stand-up que te possibilitou estar no “Legendários”?
MM: Sempre contribui. Eu entrei no “Legendários” por conta do stand-up. O cenário de stand-up é pequeno no Brasil, embora esteja crescendo. Quando eu comecei estava bem pequeno. Hoje já é maior e, graças a Deus, quando começou [a fazer sucesso o programa], eu já estava no meio. Então, quem conhece stand-up, me conhece. Acredito que os maiores divulgadores de stand-up sejam o You Tube e o Twitter. Quando o You Tube começou a fazer sucesso, meus vídeos já estavam bombando ali. Hoje tenho 60.000 seguidores no Twitter. Na época [em que o programa começou], o Marcos Mion [apresentador] estava procurando um redator para o programa e foi aí que o Danilo Gentilli me indicou. O Mion foi ao meu show e gostou.
O sucesso como stand-up é diferente. Acho que o “Legendários” ajudou a alavancar meu trabalho, triplicou o numero de pessoas que me conhecem. É interessante, o cabo-man lá é conhecido. E agora que estou aparecendo, fazendo um quadro no programa, me ajuda ainda mais; a pessoa me reconhece quando me vê.

74- Você se formou em Publicidade e Propaganda pela Cásper, em 2005. Como foi o curso? A Publicidade te ajudou na carreira como humorista? 
MM: O curso foi muito legal, mas cheguei a trabalhar quatro meses sem final de semana; aquela loucura de concorrência me frustrou um pouco, mas para o que eu faço hoje, foi fenomenal. Quando você trabalha com criação, você aprende a trabalhar seu cérebro de uma maneira que nenhuma outra área ensina. Tem que fazer sessenta títulos para uma frase, noventa roteiros de filme para vender pastilha de freio, por exemplo. Hoje eu uso a mesma técnica que usava naquele tempo; para escrever piada, isso é sensacional. E minha agilidade, graças à publicidade, aumentou bastante. 
Os anos de Cásper, principalmente, me ajudaram bastante. A galera é muito boa, todos batalham. Você conhece pessoas com muitas histórias de vida. Eu vivi aquilo ali, os momentos difíceis; e quanto mais difícil é, mais história tem para contar.

75- Quem é o Mauricio fora do stand-up?
MM: A maioria dos humoristas que eu conheço são mais ranzinzas. Acho que todo humorista é perturbado, tem algum problema. Na verdade, o humor é uma defesa. Por que você gosta de um show de humor? Porque você se identifica com o que se fala. A gente tem essa coisa problemática de tentar achar graça em tudo. O que eu falo não é nada genial, é simplesmente aquilo que você não teve tempo de pensar.
Levo a vida numa boa, mas diria que sou mascarado; no fundo, sou uma pessoa cheia de problemas, mas crio uma marca de que sou alegre o tempo todo. Dou risada dos problemas. Aliás, se eu estivesse no Japão, estaria insuportável, fazendo piadas. Gosto de fazer graça com tudo; já perdi muito amigo por isso, sou polêmico.



76- O que influenciou essa grande mudança na carreira, de publicitário a humorista?
MM: O que me influenciou, na verdade, é fazer aquilo que eu gosto. Sempre escrevi crônicas e depois tentei encaixar aonde podia usar isso. Medicina, não! Fazer piada operando eu mato o cara. Publicidade e Cinema foi o que eu escolhi, escolhi publicidade porque eu acho os comerciais muito bacanas, me decepcionei, eu confesso, mas porque o mundo está muito retrógrado, todos têm medo do politicamente correto. Então fiquei pensando aonde eu poderia canalizar esse humor que tenho, e foi aí que pensei em um blog, igual a vocês, e depois de um tempo o blog começou a se destacar tanto que pensei em porque não poderia levar tudo isso para um palco. Então, foi uma ideia minha, eu sempre tive essa veia humorística, e as coisas aconteceram naturalmente. Como em publicidade eu já tinha essa facilidade para escrever textos, roteiros, o fato de não ter censura e eu poder falar o que eu quisesse na hora de escrever textos humorísticos ficou mais fácil ainda. Acho que o maior influenciador e o que é a maior influência de todo mundo é a alegria de se fazer o que gosta, eu recomendo a todo mundo.


77- Qual dica você daria para os humoristas brasileiros que estão começando suas carreiras?
MM: A primeira coisa é dedicação, porque muitas pessoas acham que stand-up é subir ao palco e falar “bosta”. Não. Aliás, é um pouco isso, mas você tem que ter muita dedicação pra isso, afinal, cada texto é uma guerra. Eu escrevo um texto e refaço, subo ao palco, me ferro ensaiando, mudo uma vírgula, então para ficar bom mesmo leva um mês. Então por isso a dedicação, pois um texto de dez minutos leva um mês para que fique ótimo. Uma dica: “Não vá pelo dinheiro, não vá pelo caminho fácil, pois você não vai se dar bem, como tudo na vida.” Se você quer ser um bom jogador de futebol, tem mesmo que treinar pênaltis. Não adianta jogar bola no campinho e achar que é o Ronaldinho. Tem que ter dedicação, acima de tudo. Então para os que estão começando: Escrevam muito, pois com os erros vocês irão aprender a fazer certo cada vez mais.

78- Por que você escolheu o gênero “Stand-up”?
MM: Na verdade foi o stand-up quem me escolheu. O meu humor é muito cotidiano, e eu sempre escrevi crônicas relacionadas ao nada. É achar piada aonde não tem, aliás, é achar piada aonde tem, pois tudo tem piada. Você olha para alguma coisa e pensa “Isso rende uma piada” e foi nisso que a Publicidade me ajudou, já que você tem que vender com humor, muitas vezes, desde pastilhas de frio até cerveja e até pastilhas de freio tem que ter piada. Eu sou muito fã de stand-up desde criança, sempre assisti a vídeos de comediantes que eu sempre adorei, como Jerry Seinfeld, um ídolo meu, Chris Rock e Steve Martin e, ao assistir esses formatos de programa acabava me perguntando o porque de não ter nada assim no Brasil e é isso... Quem me conhece sabe que sou um cara que faz uma piada a cada dois segundos e é até chato. Relacionamento? Não dá, porque eu faço piada o tempo todo. Uma hora cansa! E o stand-up tem um pouco disso e o seu grande diferencial dos outros é que a cada dez segundos você tem obrigação de fazer uma piada. Acabou casando com o que eu faço... e deu no que deu.


79- Quais os fatores principais para se fazer uma boa e interessante comédia “stand-up”?
MM: Primeiramente dedicação é você tentar falar aquilo que ninguém falou. Então você soma a identificação e a observação e aí tem os três fatores que fazem tudo dar certo.

80- Foi fácil transformar teatro em livro? Já que estamos acostumados com obras literárias que acabam virando peças de teatro.
MM: No meu caso foi muito mais fácil transformar stand-up em livro do que livro em stand-up. Por quê? Porque eu comecei do livro para o stand-up, se pararmos para pensar. Esses textos que compõem meu livro são meus primeiros textos, não que eu fosse amador, mas é porque foram antes de eu me tornar stand-up. A maioria dos textos foram escritos em 2006, logicamente que todos foram adaptados para a linguagem de hoje, e foi na época em que escrevia para o blog, em seguida o Portal Ig me contratou e eu virei cronista de lá. Toda semana tinha que escrever uma coluna e é complicado. Eu poderia escrever sobre bolsa, guardanapo, diversos motivos e foi aí que os textos surgiram. Só depois quando passei os textos pra palco que descobri outras adaptações: a cara engraçada, um jeito, o gesto, uma mão ou uma pausa... Aí começa a surgir uma outra linguagem e surge o stand-up.

81- Você teve alguma dificuldade no processo de publicação do livro?
MM: Sim, e eu devo muito a Ediouro, principalmente à Márcia Batista, editora, que acreditou muito na ideia. O meu livro é uma linguagem crônica e o Brasil está cheio disso. O país não acredita muito e eu concordo, pois temos muitos cronistas e muitos que se acham capazes de ser, além dos verdadeiros ícones, como Veríssimo, Mário Prata, Walcyr Carrasco, caras que já estão nessa há muito tempo. O que eu fiz foi mandar várias crônicas para diversas pessoas e a Ediouro foi a principal, mas acabou me sugerindo um outro formato. Então pensei no formato stand-up, o que é, na verdade, você entrar em um palco e apresentar uma crônica após outra. Um show de stand-up é isso, uma crônica após a outra e foi o que eu fiz: peguei todos os textos que tinha, em comum, e montei em um texto apenas. Ao ler meu livro, vocês perceberão um texto só que começa em um tema e entra em vários outros. É bem dinâmico e engraçado.


82- Qual a sua perspectiva com relação ao livro?
MM: Ah, já passou a minha perspectiva que era vender dois livros, pois já vendi quatro. Não, eu estou muito feliz! Estou vendo que está acabando em vários lugares, no show consigo sentir o calor do pessoal, por exemplo, ao final do show eu vou vender o livro e esgota na mesma hora. E eu também criei um canal, quem estiver ouvindo aí, pois eu preciso muito da risada do público, afinal esse é o meu feedback. E pra ter esse feedback eu disponibilizei meu email para que vocês me mandem as risadas. Então, se você estiver lendo o livro, mande as risadas por email, aí eu consigo entender. E a galera têm mandado mesmo. A ideia é essa, como não posso estar em todos os lugares ao mesmo tempo, tentar fazer um show pra quem está em casa. É acessível trazer o humor para todos. O formato do livro é muito simples, é bacana, gostoso de ler. Você pode ler no avião, no trânsito... A ideia é se divertir, sem compromisso com nada.


Blog CQC:


83- Você está prestes a estrear como repórter do CQC. Isso te intimida?
MM: Não intimida. Eu já faço stand up há anos e para mim isso é bastante funcional. Mas é claro que a cobrança é muito grande, especialmente porque eu sou a primeira pessoa a integrar a equipe depois da chegada da Mônica. O nível do programa é alto, ele faz bastante sucesso, é bastante comentado, então há a cobrança e eu estou preparado para ela.

84- Já tinha se imaginado, em algum momento, trabalhando em um programa com o perfil do CQC?

MM: Nunca, mas estou bem feliz, afinal é um programa que eu considero um divisor de águas no humor e no entretenimento do Brasil.

85- O que você pretende trazer de novo para o programa?

MM: Ah, as pessoas talvez estejam esperando um Deus grego, mas eu sou o mais feio... (brinca). Acho que no começo podem rolar algumas comparações, mas eu sou acostumado a fazer roteiros, minha experiência é essa e por causa disso eu sou aquele cara que acredita na piada bem elaborada. O público do CQC é exigente e eu acho que tenho que fazer o meu melhor e ficar feliz com isso.

86- Qual é o humor que faz a sua cabeça?

MM: Apesar de gostar de ficar pensando, elaborando uma piada, eu acho que as melhores acontecem quando você menos imagina. Eu gosto do humor desprovido, natural. Gosto da espontaneidade.
87- Ser repórter do CQC é um trabalho que muita gente gostaria de ter. Você tem medo de olho gordo?

MM: Boa pergunta. Apesar de já ter gente querendo a minha vaga (brinca), não tenho medo, não. Acho que olho gordo a gente rebate com trabalho, inovação e aceitação. Então vamos ver no que vai dar!



Rapidinhas

Um filme: Forrest Gump – O Contador de Histórias
Uma música: Bohemia Rapsodia – Queen
Um lugar: Londres
Um livro: Ria da minha vida antes que eu ria da sua (Evandro Daolio)

É isso, gostou? Comenta! Não gostou? Critica! Tem mais alguma dúvida sobre o Maurício Meirelles? Deixe sua pergunta nos comentários... em breve publicaremos as respostas!!! 





4 comentários:

  1. Bem legal. Não sabia que ele era redator do Legendários, conheci ele antes e tenho ojeriza ao Mion, mas quem sabe um dia eu tente assistir só por causa dessa informação

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  2. Assisto sempre o Legendários e acho que uma das matérias mais fodas foi do Clóvis Cliche com a Luisa Marilac. Foi de rolar no chão de tanto rir.
    Conhecia bem pouco o Mau antes do Legendários, assim como a Mhel e o Léo Lins. Depois que anunciaram os redatores do programa eu corri no Youtube conhecê-los melhor e o Mau é SENSACIONAl.
    Espero que ele tenha mais espaço no Legendários.

    Amo o Mauricio também, rs.

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  3. O Maurício é realmente perfeito, um cara genial, melhor que frango... hihihihi
    Olha só como os fãs ficam parecidos com seus ídolos... vc é exemplo disso Gi, vc é perfeita... genial... Parabéns pelo post e pelo blog, tá completo, aqui tem td sobre o Mau... Muita sorte e felicidade pra vc, vc merece! Bjão... Marylia!

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  4. o que é pior ficar desenpregado ou trabalar no legendarios

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